Thursday, September 4, 2014

PERGUNTAR NÃO ESTUPRA

                                   PERGUNTAR NÃO ESTUPRA

"Em seu programa no dia da morte de Eduardo Campos, Sonia Abrão, apresentadora do "A Tarde é Sua", da RedeTV!, fez questão de fazer uma observação: achara que, na noite anterior, William Bonner havia sido muito duro com o candidato do PSB na série de entrevistas que o "Jornal Nacional" vem fazendo com os presidenciáveis. No Twitter peessedebistas reclamavam igualmente da forma vigorosa com que Aécio Neves havia sido questionado e desafiavam: "vamos ver se com a Dilma eles farão o mesmo". Então, ontem à noite, numa entrevista tensa onde ninguém deixava ninguém falar, petistas foram às redes sociais reclamar do teor da sabatina. Bem, se todos estão reclamando, então o "Jornal Nacional" provavelmente acertou a mão.
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Faz algum tempo que a Globo tem se esforçado para mostrar um novo tipo de jornalismo. Isso ficou notório desde que Carlos Henrique Schroder, jornalista "das antigas", assumiu a direção geral da emissora, em janeiro de 2013. Poderosíssima e senhora absoluta da audiência, a Globo tem um certo complexo quando se fala de jornalismo. Foram anos acumulando a fama de "porta-voz do poder" e "manipuladora da informação". Muito dessa reputação, convenhamos, é culpa da própria emissora.
Mas qualquer um que não use termos do tipo "lacaios do imperialismo" e "imprensa golpista" consegue enxergar que a Globo tem se esforçado para ganhar uma imagem de imparcialidade. Não é tarefa fácil. A série de entrevistas do "Jornal Nacional" é um ponto a favor.
A preocupação com a isenção é tão grande que até a sequencia dos entrevistados foi decidida em sorteio e com presença de auditores dos partidos. Começou com Aécio Neves - a primeira vítima.
E eis o candidato tucano ali, simpático, galã, sorrindo para Patrícia Poeta (ninguém pode condená-lo; eu também sorriria). Quando a bateria de perguntas começa, Aécio percebe que: 1) Patrícia Poeta não vai retribuir o sorriso, 2) Ela e William Bonner vieram para colocar o dedo na ferida. Em vez do clássico "policial mau/policial bonzinho", a opção foi pelo "policial mau/policial-gata-que-pode-ser-muito-pior". Nada de morde-e-assopra. O estilo era um morde e o outro joga sal.
Não foi diferente com Eduardo Campos. O candidato do PSB começou com o sorriso protocolar de campanha e acabou seus 15 minutos com uma clara expressão de desconforto. Aqui vale uma ressalva: a morte do Campos é uma terrível tragédia; a perda de um pai de família, um homem público com futuro promissor. Nada disso, porém, tem a ver com planos de governo, propostas políticas e deslizes cometidos em administrações passadas. Bonner e Patrícia fizeram os questionamentos que tinham de ser feito e ponto.
Diferentemente das anteriores, Dilma protagonizou uma entrevista confusa. Demorava-se nas respostas e não permitia os apartes de Bonner ou Patrícia. Talvez a assessoria da presidente tenha estudado as outras sabatinas. Afinal, nada mais seguro do que prolongar uma resposta para evitar outra.
Esse é o ponto fraco desse formato de entrevista com apenas 15 minutos: uma vez que se percebe a dinâmica, é fácil driblar o tempo sem entrar em temas mais espinhosos.
No geral, contudo, as entrevistas do "Jornal Nacional" fizeram bem para a imagem da emissora. Que venham os debates".
Precisamos nos posicionar com respeito ao que poderá acontecer se MARINA ou GILMA  ser eleita. Vamos nos tornar um país sem vontade própria, teremos o comunismo como sistema de governo. Perderemos a liberdade que nos resta. você que lê esta crônica ama nosso país? Vote com respeito e responsabilidade. democracia é nosso lema.  
Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação. 

Léa Campos

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